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Como as novas tecnologias têm reduzido custos na saúde

A saúde é um direito universal de todos, garantido pela lei máxima do nosso país, a Constituição de 88. Citada em várias partes, destaco o artigo abaixo.

“Art. 196. A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação.”

Porém, todos nós sabemos que na prática, o acesso a saúde não é tão fácil assim de se conseguir. Segundo o estudo ‘Visão Brasil 2030’ divulgado pela consultoria McKinsey & Company, no Brasil hoje são mais de 900 mil pessoas na fila do SUS. A espera por atendimento pode chegar a 12 anos (isso mesmo, doze anos!). Ainda segundo o estudo, 1 em cada 3 mulheres não faz as sete consultas pré-natal recomendadas pela OMS.

Isso são apenas alguns exemplos dos nós no sistema de saúde brasileiro que precisamos desatar. Essa ineficiência em prevenir doenças e manter a qualidade de vida da população é um das principais variáveis que influenciam no custo da saúde no Brasil. Minha avó dizia, “é melhor prevenir do que remediar”. Você também já deve ter ouvido isso de alguém mais velho. É um ditado muito popular , mas ainda pouca aplicado na prática.

O sistema de saúde brasileiro é mais focado na doença do que na própria saúde. Prova disso é a forma de remuneração utilizada pelo SUS e pelas operadoras de saúde suplementar. Prestadores de serviço de saúde recebem pela quantidade de procedimentos e materiais utilizados, o chamado fee for service ou conta abertaOu seja, se não houver doença, não há remuneração e todo o sistema entra em colapso. No intuito, não só de evitar esse colapso, mas também de maximizar resultados, prestadores de serviços se vêem tentados a inchar as contas médicas de procedimentos – o Brasil é líder mundial em realização de ressonâncias magnéticas, por exemplo. Do outro lado, operadoras tentam ao máximo conter a realização exacerbada de tais procedimentos e assim economizar no repasse às instituições de saúde. Um verdadeiro cabo de força, onde o maior prejudicado é o paciente.

Para agravar ainda mais a situação e por uma dose extra de fermento na estrutura de custos do sistema de saúde brasileiro, a OMS estima que cerca de 30% de tudo que é investido na saúde seja desperdiçado. Considerando que todos os anos são investidos em torno de 9% do PIB na saúde, é um caminhão de dinheiro indo para o ralo. Essa ineficiência, juntamente com outros entraves como, regulamentações e excesso de burocracia, custam R$ 1,5 trilhão por ano – 22% do nosso PIB – segundo levantamento divulgado recentemente pela Secretaria Especial de Produtividade, Emprego e Competitividade, do Ministério da Economia. É o chamado Custo-Brasil.

Essa combinação explosiva de ingredientes faz com que tenhamos um saúde cara. A inflação médica no Brasil é uma das mais altas do mundo. A variação dos custos médico-hospitalares (VCMH), apurada pelo Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS), ficou em 27,7% entre setembro de 2020 e setembro de 2021. Isso representa um recorde histórico, e uma marca bem acima do índice inflacionário do período, em torno de 10%. Estima-se que em 2030 o Brasil tenha a quinta maior população de idosos do mundo, porém apenas 10% deste contingente poderá arcar com sua própria saúde. A conta não fecha!

Enquanto governos e instituições discutem formas de reinventar (e equalizar) o sistema de saúde nacional, várias empresas têm contado com o auxílio das novas tecnologias para melhorar seus fluxos de trabalho e consequentemente reduzir os custos na prestação dos serviços aos seus pacientes. Nos próximos artigos, irei citar algumas dessas tecnologias e apresentar estudos de caso nacionais da utilização das mesmas.

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